Atri
é o nome de uma cidadezinha na Itália. Muito antiga, foi construída sobre as
íngremes encostas de uma colina.
Há
muito tempo, o Rei de Atri comprou um sino grande e bonito, e o mandou pendurar
na torre do mercado. Foi amarrada a ele uma corda comprida, que chegava quase
ao chão. Até mesmo uma criancinha seria capaz de tocá-lo puxando a corda.
__ É o sino da justiça – disse o rei.
Quando
estava tudo pronto, o povo de Atri celebrou o grande dia. Todos os homens,
mulheres e crianças vieram ao mercado para ver o sino da justiça. Era muito
bonito e foi polido até ficar brilhante e amarelo quanto o sol.
__
Como gostaríamos de ouvi-lo tocar! –
disseram todos.
O
rei, então, desceu à rua.
__
Talvez ele toque o sino! – disseram.
E ficaram todos a esperar, imóveis, para ver o que o rei iria fazer.
Mas
ele não o tocou. Nem ao menos colocou as mãos na corda. Ao chegar à base da
torre, parou e levantou a mão.
__
Meu povo, estão vendo este lindo sino?
Pois ele é seu. Mas não deve ser tocado, a não ser em caso de necessidade. Se
algum de vocês sofrer alguma injustiça, que venha tocá-lo. Os juízes se
reunirão imediatamente, e ouvirão o caso, e farão justiça. Rico ou pobre, velho
ou novo, todos têm igual direito de usá-lo. Mas ninguém deve tocar na corda, a
não ser que tenha sido mesmo injustiçado.
(...)
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¹O livro das Virtudes: uma antologia de
William J. Bennet [selecionados e adaptados por Luiz Raul Machado. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1995.
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Imagem: colhida na Rede.
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Imagem: colhida na Rede.
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