terça-feira, 24 de julho de 2012

O SINO DE ATRI ¹



Atri é o nome de uma cidadezinha na Itália. Muito antiga, foi construída sobre as íngremes encostas de uma colina.

Há muito tempo, o Rei de Atri comprou um sino grande e bonito, e o mandou pendurar na torre do mercado. Foi amarrada a ele uma corda comprida, que chegava quase ao chão. Até mesmo uma criancinha seria capaz de tocá-lo puxando a corda.
__ É o sino da justiça – disse o rei.

Quando estava tudo pronto, o povo de Atri celebrou o grande dia. Todos os homens, mulheres e crianças vieram ao mercado para ver o sino da justiça. Era muito bonito e foi polido até ficar brilhante e amarelo quanto o sol.
__ Como gostaríamos de ouvi-lo tocar! – disseram todos.

O rei, então, desceu à rua.
__ Talvez ele toque o sino! – disseram. E ficaram todos a esperar, imóveis, para ver o que o rei iria fazer.

Mas ele não o tocou. Nem ao menos colocou as mãos na corda. Ao chegar à base da torre, parou e levantou a mão.
__ Meu povo, estão vendo este lindo sino? Pois ele é seu. Mas não deve ser tocado, a não ser em caso de necessidade. Se algum de vocês sofrer alguma injustiça, que venha tocá-lo. Os juízes se reunirão imediatamente, e ouvirão o caso, e farão justiça. Rico ou pobre, velho ou novo, todos têm igual direito de usá-lo. Mas ninguém deve tocar na corda, a não ser que tenha sido mesmo injustiçado.
(...)


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¹O livro das Virtudes: uma antologia de William J. Bennet [selecionados e adaptados por Luiz Raul Machado. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995.
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Imagem: colhida na Rede.


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