Embora
alguns utilizem as histórias apenas como divertimento, elas são, em seu sentido
mais antigo, a arte da cura. Alguns são atraídos por essa arte terapêutica. Os melhores,
a meu ver, são aqueles que se identificam com a história e a encontraram com
todas as suas partes combinatórias no fundo de seu ser. Eles têm um
conhecimento excepcional e inato sobre como identificar o remédio, como obter,
preparar, aplicar, administrar, repetir a dose de tempos em tempos, e quando
deixar de usá-lo.
Ao lidarmos
com histórias, estamos lidando com energia arquetípica. Os arquétipos nos mudam
e, se não houver mudança, não houve um verdadeiro contato com o arquétipo. A energia
arquetípica recruta aquele que a manipula, requer alguma proteção psíquica e
frequentemente impõe um descanso depois. Por isso, a narração de uma história é
uma responsabilidade muito grande. Nos melhores narradores que conheço, as
histórias brotam de suas vidas como as raízes brotam das árvores.
Nem
toda história é terapêutica.
_________________________
¹ trecho colhido do livro Histórias Sagradas: Uma exaltação do poder de cura e transformação; organização,
Charles Simpkinson & Anne Simpkinson; tradução, Ione Maria de Souza; Editora Rocco, Rio de Janeiro, 2002.
Nenhum comentário:
Postar um comentário