Sabe que já existe uma Brasília?, Perguntou a papai quando
partiam no jipe, É para lá que vamos, papai respondeu, Brasília é o asteroide número
293, que em 1956 havia sido descoberto há sessenta e seis anos; duas vezes o
número seis, seis e seis, não é por acaso; tem cinqueta e cinco quilômetros de
diâmetro, cinco e cinco. Fez uma pausa, e ouvia-se apenas o barulho do motor do
jipe e dos pneus nos buracos da estrada. Você sabe que na Chapada dos
Veadeiros, no Alto Paraíso de Goiás, existe uma base de naves interplanetárias?
É?, quem lhe contou?, perguntou papai, sorrindo, Por que você está me levando
para tão longe nesta estrada esburacada?, eu esperava outra coisa, até tinha
trazido uma surpresa pra você, Você vai gostar, até o presidente às vezes vem às
festas da Casa Preta, pois lá moram uns engenheiros mineiros ligados a ele,
explicou papai, Eu quero encontrar o presidente, ele é o faraó egípcio
Akhenaton, da décima oitava dinastia, afirmou Lucrécia, categórica. JK ia
construir não apenas uma cidade, mas uma civilização. O faraó, que governara
entre 1353 e 1335 antes de Cristo, havia criado do nada, como em Brasília, a
primeira capital planejada, Akhenaton.
O conhecimento de Lucrécia não era infundado, papai
pensou, alguém tinha-lhe dito que JK fizera uma visita ao Egito em 1930 e
comentara entre amigos que a admiração que sentira por Akhenaton na mocidade
poderia ter alimentado seu ideal de construir Brasília.
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